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Arquitetos: Traço Alternativo Arquitectos Associados
- Área: 1065 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Alexander Bogorodskiy
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Fabricantes: AutoDesk, Cortizo, ITCOM, Saint-Gobain
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno da nova Biblioteca municipal de Baião confronta a sul com a Av. 25 de Abril e oferece vistas para a paisagem a Norte. Possuía um pequeno edifício despojado da sua função original e apresentava duas plataformas: uma de nível com a avenida e outra cerca de 2,50m abaixo desta.
O edifício preexistente funcionou como escola primária e constitui uma referência para a povoação. Tendo sido construída durante o Estado Novo, era intenção do município preservar este pequeno equipamento onde tantas gerações estudaram.
A proposta de intervenção avançou com a premissa de reabilitar e integrar o edifício existente e construir um novo volume com três pisos. Esta solução permitiria voltar os principais envidraçados do novo equipamento para Norte, tirando partido da luz natural que assim iria entrar de forma generosa, permitindo condições ideias de leitura.
Pareceu fazer sentido que a entrada principal da Biblioteca fosse feita pela velha entrada da Escola primária, quase como uma forma de homenagear as gerações passadas, mas também as atuais e as futuras, trazendo o passado para o presente e projetando-o para o futuro. As novas gerações seguirão as anteriores gerações e também aqui virão adquirir conhecimento.
A entrada principal dá acesso ao átrio da Biblioteca, espaço distribuidor do edifício. Neste espaço faz-se o acolhimento, informação e orientação dos utentes.
É proposta uma segunda entrada no equipamento, através de uma rampa lateral coberta, permitindo o acesso a pessoas com mobilidade reduzida. Desta forma foi proposto um segundo átrio que funciona como pequena sala de exposições e, simultaneamente, serve de apoio aos eventos a realizar no auditório e na sala de formação. Esta entrada alternativa permite responder à premissa conceptual da polivalência do equipamento, pois possibilita que este possua outros usos em horários em que a Biblioteca está encerrada, potenciando as mais diversas manifestações e eventos culturais. Este edifício também pretende ser um espaço das artes, da cultura. Um lugar de reunião e convívio.
O núcleo de acessos verticais permite aceder ao piso superior onde funciona a secção dos adultos que nos oferece no horizonte a silhueta das serras (remetendo para o imaginário do livro “A Cidade e as Serras" do Eça de Queiroz) e ao piso inferior onde está localizado o depósito de documentos, os espaços de serviço interno e a secção infantil, que possibilita a articulação com o jardim por forma a proporcionar várias atividades educativas.
O projeto tentou fundir os dois corpos por forma a formarem uma só entidade, e isso é conseguido através de algum compromisso formal e funcional e através do uso dos mesmos materiais que revestem o interior e o exterior dos dois volumes. Assim, os dois corpos apesar de distantes no tempo procuram o diálogo possível através da volumetria, mas também através da materialidade. Contrastam sem serem contrastantes.
Como as pessoas que habitam esta região, que são extremamente abertas, francas, hospitaleiras, transparentes, assim o edifício foi concebido com grandes janelas e muita luz. Uma obra franca e honesta.
